08.06.21

A cultura maker no SANFRA

A cultura maker no SANFRA

Usando seus conhecimentos na prática, o aluno torna-se protagonista de seu processo de aprendizagem

O movimento maker é uma extensão tecnológica da cultura do “Faça você mesmo”, e estimula as pessoas a construírem, modificarem e consertarem os próprios objetos, com as próprias mãos. Essa mudança de pensamento faz com que a prática e a tecnologia incentivem uma abordagem criativa, interativa e proativa de aprendizagem (…) o famoso “colocar a mão na massa” (SILVEIRA, 2016).

Esse movimento integrou-se às mudanças atuais da educação. A BNCC “propõe a superação da fragmentação disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida” (BNCC, p. 64). O PEC, em consonância, fala da necessidade de proporcionar projetos que garantam o protagonismo do aluno e a sua representação nas diferentes instâncias da vida e da organização escolar (PEC 53).

O SANFRA utiliza várias estratégias para desenvolver o estudante em sua totalidade, nas diversas dimensões, transformando-o em protagonista de sua aprendizagem. Uma delas, desde 2018, é o Espaço Maker, equipado com bancadas, computadores conectados à internet com programas e aplicativos, como o Inkscape+ e o Tinkercad, cortadora a laser, impressora 3D, plotter de corte e ferramentas.

Um dos projetos realizados, o “Ipiranga na ponta dos dedos”, do 9º ano, nasceu da proposta dos professores Márcia Cotrim (Química), Viviane Tanaka (Física), Valdeci Carneiro Jr. (Matemática) e Amanda Oliveira (Geometria) de tornar o bairro mais acessível para os deficientes visuais do Colégio Padre Chico. Foram feitas sessões de convivência com os alunos da instituição e uma visita ao Parque da Independência para estudo das mudanças propostas e estimativas para a construção do projeto final: uma maquete do parque e seu entorno, fidedigna, em escala. Para isso, usaram-se os softwares da impressora 3D, fundamentos de escala, potenciação, unidades de medidas, semelhança de figuras geométricas e mais conhecimentos das áreas envolvidas no projeto.

Outro projeto maker proposto pelos professores Valdeci Carneiro Jr. (Matemática) e Viviane Tanaka (Física) foi a construção de um carrinho de rolimã pela 2ª série do Ensino Médio. Usando conhecimentos das distintas áreas, como coroa circular, perímetro, área de polígonos, trigonometria, função de 1º e 2º grau, força de atrito, movimento uniformemente variado, movimento circular, velocidade etc., os estudantes construíram o carrinho desde a aquisição dos materiais, gravando o passo a passo do trabalho em vídeo e encerrando com uma competição em que se avalia a performance geral de cada montagem.

Vê-se que a inserção da cultura maker na educação transforma o conhecimento teórico e fragmentado em algo prático, permitindo que os alunos sejam sujeitos não só dos projetos do SANFRA, mas também de seus próprios projetos de vida.

Sobre o autor

Este artigo foi produzido pela educadora de língua espanhola do SANFRA, Mariana Barone Beauchamps, para a 4ª edição do periódico SANFRA em revista.